Embora tenhamos um
Sistema Nacional de Saúde a que a grande maioria reconhece qualidade, o atendimento é cada vez mais lento e aquilo que pagamos pelos cuidados de saúde que anteriormente eram tendencialmente gratuitos, e cada vez mais.
Uma simples ida à urgência passou a custar uma nota de 20 euros no Sistema Nacional de Saúde (SNS) e talvez pela primeira vez desde sempre, tornou-se mais cara que a consulta ao abrigo de um
seguro de saúde, que lhe ficará por apenas 15 euros.
Mas a poupança não se mede apenas em euros, mas também em tempo. Se o seu episódio de urgência for considerado pouco urgente, prepare-se para uma espera que ultrapassa as duas horas num qualquer hospital público do País, algo que não acontece num hospital privado, uma vez que aí, o tempo médio de espera é de apenas 30 minutos.
E já nem falamos das consultas de especialidade. Embora tenha sido implementado o sistema da Consulta a Tempo e Horas no SNS, na realidade, obter uma consulta de especialidade através de referenciação do Médico de Família poderá levar mais de três meses a conseguir, dependendo do grau de urgência da mesma.
Tendo um seguro de saúde, poderá ter acesso a todas as especialidades disponíveis, com facilidade de acesso e dentro de espaços de tempo reduzidos.
Para nós a nossa saúde é, ou deveria ser sempre urgente, daí que esperar um mês, na melhor das hipóteses, por uma primeira consulta de especialidade, não deveria ser comportável.
Comparação do custo das consultas de especialidade
Se avaliarmos apenas o custo da consulta de especialidade, o SNS leva a melhor, mas deverá ser esse o único critério ou o critério absoluto?
Uma consulta de especialidade no Serviço Nacional de Saúde tem um custo de 5 euros. Em contrapartida, através de um plano de saúde, o subscritor paga 15 euros em média.
Mas, e o tempo de espera no SNS? Não se traduz numa perda monetária para si? Às vezes irremediável …
A Saúde é causa de Insolvência
Atualmente quando pensamos em insolvências familiares e naquilo que podem ser as suas causas, pensamos logo em
desemprego.
É verdade, o desemprego é uma das maiores causas de insolvência.
Mas também é verdadeiro que as despesas com a saúde têm vindo a ser também responsáveis pela insolvência pessoal ou familiar.
Muitas pessoas são obrigadas a penhorarem o presente em troca de um futuro mais saudável e doenças como o cancro, por exemplo, podem ser autênticas bombas financeiras já que o tratamento implica, muitas vezes, gastos titânicos para o orçamento familiar, mesmo para quem é principalmente acompanhado através do Serviço Nacional de Saúde.
Os
doentes com cancro estão isentos do pagamento de taxas moderadoras e dos tratamentos a que são sujeitos, mas existem muitos outros custos que só quem é abordado pela doença sente, como transportes e materiais específicos coadjuvantes do tratamento, medicamentos não comparticipados totalmente, e isto para não falar de tratamentos mais ou menos inovadores que têm que possam existir apenas fora do País.